Uma família moderna consiste em um pai, uma mãe e os filhos.
Uma família faz coisas que as famílias fazem. Jantam fora nos finais de semana, passeiam no parque nos domingos, fazem brincadeirinhas, viajam junto nas férias.
Mas a grande verdade é que nós, os filhos, sempre criamos uma relação de afeto apenas com um dos dois, ou com o pai, ou com a mãe.
No meu caso, não por escolha, mas por conviver sempre mais com a mãe, meus laços de afinidade são infinitamente maiores com a minha mãe do que com o meu pai.
Isso não muda em nada o amor que eu sinto pelo meu pai, e nem desmerece o papel dele como tal, mas é um fato concretizado, nenhuma mudança pode ser feita e a essa altura do campeonato, nem adianta discutir as causas.
Eu e minha mãe sempre tivemos uma relação muito madura. Nossas conversas sempre foram muito sinceras, nenhum segredo, nenhuma mentira, somos e sempre fomos muito transparentes.
Éramos sempre só nós duas, fazendo programas só nossos, brincadeiras que só nós duas sabíamos, compras no shopping e depois o prêmio por esperar cada loja que ela entrava era um Mc lanche feliz, ou um picolé premiado da Kibon.
Ela me encheu de sabedoria, regras de etiqueta, ensinou a contar dinheiro com prendedores de roupa, enfim, me ensinou tudo que ela considerava importante, e que eu, naquela época, aprendi com relutância não entendendo porque seria tão necessário. E além de tudo isso ela sempre me encheu de carinho e de amor, não me deixando sentir falta de nada que fosse ou estivesse ausente. Quando o meu irmão nasceu, ela sabiamente soube dividir as atenções. Eu fui contra a idéia de ter um irmãozinho, mas agora ele já nasceu, já cresceu, não tem mais volta, e até que ele é um cara legal...
Cada programinha que fazíamos juntas era o mais divertido possível. Cada rejeição dela por uma atitude errada minha doía no fundo do meu coração, fazendo com que eu nunca mais a repetisse.
O sentimento que temos nos faz sofrer cada vez que uma sofre, ficar feliz quando a outra fica e morrer de saudades quando a outra se ausenta, seja por pouco tempo ou não.
Eu te amo pai, mas eu não vivo sem a minha mãe!