terça-feira, 28 de agosto de 2012

Complexo do cachorro marcando território


Não sou psicologa, mas desenvolvi uma teoria: o complexo do cachorro marcando território. É natural do cachorro – e não da cadela – “mijar” por tudo para deixar seu cheiro impregnado e marcar território, como quem diz “estive aqui”.
É natural do ser humano copiar alguns hábitos e comportamentos dos animais, principalmente quando agimos sem pensar, já que descendemos de um macaco. Mas acontece que tenho percebido algo peculiar. As pessoas têm copiado os cachorros no seu ato de “marcar território”. Principalmente nas redes sociais. E, por incrível que pareça, apesar do ato em si ser praticado por cachorros machos, os humanos que copiam são do sexo feminino!
Se o perfil é de um cara bonito e solteiro logo ele é confundido com um poste. E, com o perdão da palavra, é uma competição de cadelas pra ver quem mija mais.
O “xixi” se dá em forma de recadinhos, cheios de melação, citações de fatos do passado(juntos), músicas, dizeres como “lembrei de ti”, apelidos (nem tão) íntimos, e outros tantos artifícios para colocar pressão, dizer “ei, estou aqui” tanto pro posto em si, como para as outras cadelas.
Não preciso nem dizer que poste não namora cachorro, né gente?
Aliás, que graça vocês vêm em poste? Fica ali parado, todo mijado, sem falar nada, sem sequer se mexer, aja o que houver... Deve ser mais emocionante namorar um soldado da guarda da rainha, eu hein...

sábado, 18 de agosto de 2012

Enjoy the silence


Um beijo cheio de saudades ao invés de “prazer em te conhecer”, uma postura de casal que soou muito natural, mesmo sem sermos um casal, um interesse nos teus interesses, muitos mimos, palavras gostosas de se dizer, cenas comuns como sentar no sofá de pernita cruzada e mãozita no ombro assistindo novela e comentando os livros da estante e os filmes recém lançados, um cigarro aqui, outro ali, uma divisão de bens, os teus bens, comigo. Achei tudo muito sexy.
Teu estilo mendigo: camiseta cinza, chinelo havaianas, cabelo molhado, calça jeans(sem cueca), totalmente despretensioso, sem pressa, sem afobamento, seguro de si, nu e cru, com um olhar magnético, me espreitando, me esperando vacilar, ou dar uma brecha, pra poder me atacar. Achei tudo muito sexy. E gostoso, diga-se de passagem.
Eu, que sempre assumo a posição de liderança, estava entregue, o riso nervoso, apertando o lábio inferior, dedos impacientes, os pés inquietos que dançavam balé maquinalmente, meus olhos suplicando pelos teus, confesso: não queria deixar de te olhar por dentro um minuto sequer, se tu te viravas eu tinha que, com muito esforço, me conter pra não te acompanhar e assim continuar te mirando. Estava faminta de ti, tudo teu parecia tão apetitoso, mas em nome dos meus bons modos me controlava, não te atacava, permanecia sentada, intacta, esperando pelos estímulos teus. Em nome dos bons modos, da boa conduta e daquela frase manjada que diz: a primeira impressão é que fica. Não penso que tu gostarias de conhecer uma leoa faminta, me contive então.
Eu tentava parecer normal, e tu eras sexy todo o tempo, mesmo quando não querias.
“Terra à vista”. Pedaços inéditos de nós que descobrimos depois da meia noite, à meia luz. Não quis mais disfarçar: eu estava no céu, ou não, talvez não fosse o céu. Não sei o que era, mas era bom. Não olhava mais nos teus olhos, mirava dentro de ti, vi coisas lindas, vi coisas tristes, vi feridas que te inquietavam, tratei de não olhar mais. Percorri todos os teus caminhos, me abusei de ti, te arranquei suspiros, te deixei me judiar, sorri enfim, quando tudo acabou. Eu estava feliz, por ti, por nós, mas mais do que tudo, por mim.
Às vezes te olhava e te sentia frágil, um anjinho, dormindo, de olhos fechados sonhando com coisas que os gatinhos filhotes devem sonhar. Tinha ganas de te alimentar, zelar teu sono, te cobrir com a coberta, cuidar de ti, te fazer cafuné até que adormecesse. Mas olhando melhor, via um endiabrado, cheio de malícia, judiado pela vida, com marcas e feridas, um olhar pesado, cansado de ver o mundo, quando tu me miravas com esses olhos nebulosos tinha a impressão que tu me conhecias inteira, todos os meus segredos e truques, e nessa hora tinha ímpetos de me doar pra ti, pra que tu me guiasse, me levasse contigo, me ensinasse o que eu não sei, me desse colo e me fizesse dormir.
Desde esse dia, tenho um sorriso novo, natural e insistente, mesmo braba ando sorrindo. Criei alma nova, pele nova, rejuvenesci e tantas outras metáforas que usaria para expressar o quanto me fizeste bem. Não sinto tua falta com dor, sinto com prazer, quando me lembro de ti não fico melancólica ou saudosa, fico extasiada, me arrepio.
Te espero.

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Amor de final de semana


Ter uma boca pra beijar, um colo pra deitar, um ombro pra se apoiar e alguém pra sempre voltar.
O teu ombro pra me apoiar, a tua boca que eu quero beijar, no teu colo me deitar e só para ti voltar.
Dizer sem peso na consciência e sem aperto no coração que sou tua de corpo e alma.
Me afastar de ti propositalmente só pra sobarear o prazer do reencontro.
Realisar tuas mais minhas fantasias. Ver o sol nascer em êxtase ao teu lado.
Fazer dueto contigo no chuveiro. Sestear de mãos dadas. Não dormir de madrugada.
Passar noites acordados, olhando as estrelas, suando juntos, cheirando a amor.
Tua pele quente na minha gelada, sentir teu frescor, cheirar teus cabelos, tatuar o mapa do teu corpo no meu.
Traduzir teus suspiros, tua respiração, me deliciar na tua alva cor.
Os teus olhos profundos, me mirando, me refletindo, me vasculhando... Me provocando.
Esse teu riso frouxo, que me contagia, te ver rir me faz sorrir.
Me mostra essa tua boca cheia de dentes, que esse teu sorriso é o mais lindo.
E quando o vento nos contornar, nos abraçar quando já estivermos abraçados, aí te digo adeus, que amor nenhum dura pra sempre e tu és tão “tudo” que prefiro te abandonar a ver o fim de nós dois.