quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Te remendando

Não há sentimento mais angustiante do que ver uma amiga sofrendo de um amor rasgado, descosturado e não poder fazer nada.

Quem nunca sofreu de amor considere-se de castigo por ter mentido, pois todos nós já provamos dessa dor tão amarga e tão grande que fica difícil de engolir. O que fazer com a fratura exposta que há no coração de alguém que eu amo tanto? Não sou médica, não sei que remédios receitar. Não sou costureira, não posso simplesmente pegar linha e agulha e remendar aquele enorme rasgo. Não sou nada profissional, nem tenho receitas miraculosas. Infelizmente.

Dói-me dizer que esse desconforto é irremediável, não se cura, acostuma-se com ele. Nunca vai embora, permanece em nós por meio de dores, lembranças e lágrimas. Um dia de tanto se fazer presente cansa-se, perde as forças, dorme e quando acorda passou-se tanto tempo que a ferida secou, ele não nos perturba mais.

O tempo cura tudo, e não é pecado sentar e esperar. Enquanto isso a vida continua, outras pessoas aparecem, outras desaparecem. Amor quando acaba dói, mas não mata. Já dizia Caio Fernando de Abreu: “Sem apego. Sem melancolia. Sem saudade. A ordem é desocupar lugares. Filtrar emoções." Não preciso dizer mais nada, só que te amo.

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