terça-feira, 18 de setembro de 2012

Vírus mutante do amor


O amor, na minha vida, funcionou como um vírus. A primeira vez que me picou, não teve jeito. Infectou meu corpo todo, se alojou por todos os meus órgãos, fez um estrago em mim. Fiquei doente, tive todos os sintomas: cólera, febre, aperto no peito, aceleração dos batimentos cardíacos. Tudo que eu tinha direito. Gostei tanto de ficar de cama que recusei todos os antibióticos. Deixei o vírus do amor lá, tomando conta de mim.
Depois de alguns anos, não sei se meu corpo se curou ou se o amor não viu mais graça em mim, só sei que acabou. Não lembro o dia que ele foi embora, mas quando me dei conta não havia mais nenhum vestígio em mim.
Passei um tempo sem adoecer de novo. Até que veio o outono, a estação das doenças. E ele veio de novo, querendo me infectar. Conscientemente não fiz nada, mas meu sistema imunológico sim. Minhas células o reconheceram e trataram de liquidá-lo na hora. Pisotearam, atacaram e bombardearam. Game over pro amor. Aqui nesse corpo ele não se aloja mais.
Eu tinha até desistido, quando li algo sobre vírus mutantes. É quando um vírus normal, assim como o amor, se modifica para infectar um mesmo corpo duas vezes. E, sinceramente, to esperando ansiosa para conhecer um vírus mutante do amor. Só assim pra ele me deixar de cama de novo.

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