sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Meus "nãos" dissertativos

Não me olhes, que não estou sempre bela, não me cuide, que disso já estou saturada, não me julgues, pois conheço as conseqüências dos meus atos, não cria esperança, que sou inconstante, não te jogues nos meus braços, que tenho bons reflexos, não corra atrás de mim, que eu odeio brincar de pega-pega, não me diga datas, que eu não costumo usar o calendário, não me ponha rédeas, pois sou um cavalo selvagem, não me ponha limites, pois sou uma desobediente, não me diga o que devo fazer, pois farei totalmente o contrário, não me tire pra dançar se não vai agüentar o meu ritmo, então não me beije se não vai me entregar tua boca quando eu precisar, não faça tudo que eu mandar, nem se eu pedir, que eu adoro ouvir um não, não me dá a mão, que eu entro em pânico, não me promete futuro, que o futuro demora, não me lembre do passado, pois eu tenho amnésia seletiva, não me pergunte se eu quero, que eu demoro para responder, não me conte tuas peripécias, que amanhã não vou lembrar nem teu nome, não me dê dicas, que esse papel é meu, não tente me impressionar, não costumo notar, não deite o meu banco para trás, que sou eu que mando, não me convide pra ver o pôr-do-sol, que eu quero é saltar de pára-quedas, não mude por mim, que sou distraída, não me pergunte as novidades, que sou desatualizada, não me ponha prazos, que não trabalho sobre pressão, não tente me deixar curiosa, porque justamente não o sou, reconheça então cada sorriso meu, e isso bastará.

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